sexta-feira, 28 de maio de 2010

Metade (Oswaldo Montenegro)

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Dia Nacional da Saudade Antecipada.

Fica decretado assim que publicado no Diário Oficial da minha vida, que:

Sentirei saudade das Professoras Estela, Cláudia e Maria Luisa,das coisas boas e das pessoas de bem da Etec
Saudade das amizades novas que fiz neste ainda que novo e já quase de partida ano de 2010, amizades estas que em breve partirão.
Saudade das experiências que tive, das burradas que fiz, da ingenuidade e da malícia de algumas perguntas e respostas e do humor diário.
Saudade das twittadas e talvez das brigas, das desculpas esfarrapadas na segunda-feira e das mentiras todas contadas para o bem dos que amo.
Saudade das noites mal dormidas,da dor de dente que senti no nascimento do ciso e das risadas hilárias das noites de aulas mal assistidas.
Saudade das brigas, das calúnias, fofocas e besteiras ditas a amigos próximos e distantes para fins de descontração e dos trechos blogados.
Saudade das tardes sem aula que passei na Etec com meus amigos e dos eventos em que fomos mais pra comer do que pra aprender algo.
Saudade das noites em que o Professor eventual ficava plantado na cadeira da escola, enquanto a gente falava das nossas vontades e sonhos.
Saudade das conversas políticas , das poucas fotos que tirei e dos atos e palavras mais gentis dos ainda que rudes professores que tive.
Saudade dos discursos que fiz, da massagem do meu ego, dos olofotes por mim perseguidos e das pessoas que a mim aplaudiram sempre.
Saudade do que disse, do que fiz, do que postei nos blogs, do que escutei,do que li e do que vivi, do que fui do que sou e do que sonho ser.
Saudades de um passado glorioso, de um presente feliz e de um futuro que vai chegar com saudades de tudo aquilo que ele ainda há de viver...

É a plena manifestação de saudade da saudade.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um dia você aprende que...

© William Shakespeare
"Depois de algum tempo você aprende a diferença,
a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se,
e que companhia nem sempre significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos
e presentes não são promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida
e olhos adiante, com a graça de um adulto
e não com a tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje,
porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos,
e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima
se ficar exposto por muito tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa,
ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que se leva anos para se construir confiança
e apenas segundos para destruí-la,
e que você pode fazer coisas em um instante,
das quais se arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer
mesmo a longas distâncias.
E o que importa não é o que você tem na vida,
mas quem você é na vida.
E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos
se compreendemos que os amigos mudam,
percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa,
ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida
são tomadas de você muito depressa,
por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes tem influência sobre nós,
mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros,
mas com o melhor que você mesmo pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que quer ser,
e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo,
mas se você não sabe para onde está indo,
qualquer lugar serve.
Aprende que, ou você controla seus atos ou eles o controlarão,
e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,
pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação,
sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute
quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência
que se teve e o que você aprendeu com elas
do que com quantos aniversários você celebrou.
Aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia
se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva,
mas isso não lhe dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame, não significa que esse alguém não o ama,
pois existem pessoas que nos amam,
mas simplesmente não sabem como demonstrar isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém,
algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga,
você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido,
o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto,plante seu jardim e decore sua alma,
ao invés de esperar que alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar...
que realmente é forte, e que pode ir muito mais
longe depois de pensar que não se pode mais.
E que realmente a vida tem valor
e que você tem valor diante da vida!
Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem
que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar."

sexta-feira, 21 de maio de 2010

I Know It's Over - The Smiths

[...]And I know it's over
And it never really began
But in my heart it was so real
And you even spoke to me and said:

"If you're so funny then why are you on your own tonight?
 And if you are so clever then why are you on your own tonight?
 If you're so terribly good looking then why do you sleep alone tonight?
 Because tonight is just like any other night
 That's why you're on your own tonight
 With your triumphs and your charms
 While they are in each other's arms..."

Love is Natural and Real
But not for such as you and I, my love 

Não Sei Viver Sem Ter Você - Cpm 22

Não há mais desculpas
Você vai ter que me entender
Quando olhar pra trás
Procurando e não me ver
Chegou a hora de recomeçar
Ter cada coisa em seu lugar
Tentar viver sem recordar jamais
E se a saudade me deixar falhar
Deixar o tempo tentar te apagar
Te ligar de madrugada sem saber o que dizer
Esperando ouvir sua voz e você nem me atender
Nem ao menos pra dizer...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Mais um adeus.

[...]O amor é uma agonia

Vem de noite, vai de dia

É uma alegria e de repente

Uma vontade de chorar...
 
 
(Toquinho e Vinícius de Moraes) 

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Se não pode...

Soneto das Mil Palavras em Silêncio.

Me fiz besta perante você, porque quis
e me coloquei tão sereno frente ás
minhas vontades, que me contento
simplesmente em te ver.

No frio que sopra a espera
espero eu o cotidiano flerte
e a trêmula reação de um
corpo inquieto e silencioso.

Mudo e apenas observando, conto horas em minutos
tento acelerar o relógio e acreditar que seremos um
E o tempo inssiste em emperrar, eu e você.

As coincidências podem não ser coincidentes
mas valeu por tudo, até aqui, você já me marcou
Me contentarei feliz, em continuar te olhando , agora.

André Luiz Gomes Filho

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Da festa á tortuosidade amorosa.

Ele era o anfitrião da festa, fez sala aos seus e recebeu os recém chegados tão bem como em qualquer outra ocasião, naquele ano havia incluído ao seu círculo social mais três ou quatro amigos novos que por circunstância de trabalho ou estudo, cruzaram seu caminho e se resolveram por ficar.
Dentre os novatos, tão bem recebidos e unidos logo aos veteranos amigos do anfitrião, estava eu, cheguei manso, com meu jeito boa praça, fiz amizade com os amigos dele, em breve formaríamos o grupo dos cinco, aqueles cinco que se destacavam por andar ao lado e vivenciar as mesmas coisas que nosso querido anfitrião,este chama-se Giovani.
Giovani cuidou dos detalhes e deixou que o tempo consolidasse a inclusão dos novatos definitivamente ao rall dos seus, ao caminhar dos dias tudo havia se adequado, as moças já sorriam e se divertiam ás piadas e brincadeiras dos novos amigos dele quando Carolina, a vizinha do bloco adjacente ao de Giovani, me pareceu um tanto quanto mais accessível do que as demais amigas de meu amigo.
Assim que conversamos, Carolina mostrou-se comunicativa, não queria que o tempo passasse, que a festa acabasse e que o papo fosse findo, solicitamente uma vez que não hesitei em pedir, ela me passou seu endereço eletrônico, o qual passou a ser então o meu destinatário preferencial, das mais engraçadas e sujestivas mensagens.
Passavam-se os meses, o grupo dos cinco continuava ativo e a amizade com Giovani era intensa, tanto que um romance com Carolina começava, exatamente debaixo das barbas de Giovani, sem sequer que ele percebesse. Certa vez em conversa reservada com Lúcio, amigo de Giovani a mais longa data do que eu, este confissionou-me que Giovani tinha certo apreço por Carolina, e que Carolina em certo momento também demosntrara retorno ao sentimento aspirado por Giovani, decerto o que faltava aos dois era oportunidade, uma vez que o fato existia e estava apenas reservado para que em um dado momento virasse verdade.
Não me consternou a notícia, suspeitar ei que já suspeitava, tanto que de meus amigos, Giovani era o primeiro a quem eu evitava comentar sobre qualquer coisa que pudesse leva-lo a falar sobre Carolina comigo, apliquei ao ouvir de Lúcio tal confissão, a mais profunda frieza que me foi dada no advento de meu nascer, encarei com tal dureza que nem pedra seria capaz de não sentir absolutamente nada, nem dó, nem piedade, frente ao platonismo amoroso de seu mais nobre amigo por aquela com quem me envolvera recentemente.
Sem cessar as investidas, uma vez que o romantismo estava em curso, segui em frente e trouxe á tona um relacionamento fatídico com Carolina, o qual vi e saboriei ver Giovani celebrar como se dele fosse tal feito, passaram quase dois anos e o romance já era findo, no entanto Carolina ainda tinha recaídas e eu nunca fui de negar absolutamente nada, apesar de nada mais sentir por ela, não neguei á mesma a possiblidade de desfrutar de minha companhia quando da solidão em seu seio.
Passado quase um ano, Carolina me solicitou um encontro, não neguei, por lá trocamos alguns beijos, o que pra mim já não fazia diferença, passou a hora, acabou-se a noite, fui-me pra casa e de Carolina decidi não saber mais, assim feito, em menos de 4 meses me veio a notícia de um novo namorico torto e capenga de Carolina com Giovani.
O anfitrião que não era mais meu amigo, que a mim não dava mais festas, que como eu desmanchou-se dos cinco agrupados e que agora celebrava um romance torto numa circunstância torta, que só pode ser contado e contextualizado se eu estiver posto na história, realizou sua postergada vontade incontida, ficou com Carolina.
A exemplo de tudo o que eu já havia visto, ainda mais em termos da volatilidade amorosa das pessoas e da tortuosidade desse relacionamento enviesado, lançei-me uma única questão para qual ainda aguardo resposta:
Quanto tempo dura? Observemos...