domingo, 20 de junho de 2010

Aos Dezessete do Segundo Tempo.

Com 17 anos de idade parece que te viram de cabeça para baixo na intenção ver quais conceitos são sólidos e ficam e quais caem pra pôr outros no lugar. Com essa mesma idade surgem todas as perguntas que a pouca maturidade da infância não permitia-lhe fazer e que com o passar do tempo se não refletidas podem ficar sem respostas, aliás apenas com a resposta do "talvez", o que é pior.
Nesta idade não é raro procurar palavras que confortem a ausência de respostas, até porque não ser mais criança e ainda não ser completamente adulto não significa encontrar respostas mais rapidamente nem muito menos as respostas certas, filosofar nunca fará tanto sentido quando se completam 17 verões vividos.
Invariavelmente você vai olhar pro céu e querer saber quais são os mistérios guardados na coloração meio alaranjada, meio avermelhada, meio amarelada no azul azulado entre nuvens ao final da tarde, vai querer incessantemente descobrir onde tudo começa e onde tudo termina e se o início não é o fim e vice versa, logo você vai querer saber de onde as coisas vem e por consequência se vem de algum lugar o que as motiva a virem e portanto se vem, o que as trazem e as fazem existir, no fim você vai se perguntar sobre a criação e a existência de tudo.
Não raro você vai esbarrar na explicação de coisas que te ensinaram ao longo do tempo e que hoje te parecem incorretas, se tudo tem um começo, como já perguntou Chico Buarque, "quem inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor?" e então você descobre que até hoje você só absorveu sem filtrar nada e que daqui pra frente você possui dezessete filtros, acumulados ao londe de dezesse anos, que vão lhe dar muito mais do que dezessete motivos para descartar muitas coisas, aceitar outras tantas e repensar mais algumas.
Aos 17 do segundo tempo também haverá de descobrir as próprias "descobertas", há de encontrar uma coisa complicada denominada "escolha". A vida te colocará numa nau que só depende de você, te fará navegar dentro de si mesmo, mostrando aquilo que não conhecia e que agora tem que conhecer, aquilo que sabia mas preferia inconscientemente esconder e que agora vai pra prateleira dos artigos importantes, pra sala das escolhas, onde você será acareado com um complicador chamado vulgarmente de "vontade", além do mais, o tempo inteiro enquanto a nau navega, sinais de fora serão lançados sobre ela feito ondas, dizendo exatamente o inverso do que naquele momento você descobre, o mundo lá fora continua quadrado, mas dentro de você muita coisa muda.
Com dezessete ciclos completos, as respostas se invertem, a urgência das perguntas se atenuam e as respostas podem ser mais complexas do que se pensava, no caminho ainda há o amor que esbarra e faz doer, a saudade que aperta e faz chorar e tantas outras coisas que te fazem duvidar da valia desta expedição dentro de si mesmo, mas a premissa que sustenta a validade disso tudo é única, a naturalidade da existência é o que diz mais e de maneira mais certa aquilo que se procura, o que é natural dispensa explicações e extirpa os velhos "chavões", simplesmente porque se faz existir sem força maior de uma escolha ou não, é simplesmente por ser, porque se fez assim, porque muita coisa vem guardada pra ser exposta com a maturidade da existência, com a claridade do saber que se faz ausente na criança e finda no adulto, que muitas vezes se esquece de fazer as grandes entradas e bandeiras da sua vida, quando 17 pontos são cravados no placar dessa grande jogada da existência.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A criação e a Existência das Coisas.

"— Belo porque tem do novo
a surpresa e a alegria.
— Belo como a coisa nova
na prateleira então vazia.
— Como qualquer coisa nova
inaugurando o seu dia.
— Ou como um caderno novo
quando a gente o principia.
— E belo porque com o novo
todo velho contagia."
                                João Cabral de Melo Neto


                                                             
"Em tudo o que ultrapassa a rotina repetitiva, existe uma ínfima parcela de novidade e de processo criador humano. As bases da criação estão assentadas na faculdade de combinar o antigo e o novo."
                            
                                  Vygotsky


"Só no chão da poesia piso com alguma segurança."
                               
                                  Manuel Bandeira


“É difícil dizer o que é impossível, porque o sonho do ontem é a esperança de hoje e da realidade do amanhã.” 

                                  Robert H. Goddard


"Diz quem foi que fez o primeiro teto que o projeto não desmoronou
Quem foi esse pedreiro, esse arquiteto, e o valente primeiro morador
Diz quem foi que inventou o analfabeto e ensinou o alfabeto ao professor..."

                                  Chico Buarque de Holanda 


“O senhor… mire, veja: o mais importante e bonito, do mundo, é isto: que as pessoas não estão sempre iguais, ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando. Afinam ou desafinam, verdade maior. É o que a vida me ensinou. Isso que me alegra montão.“
                                  
                                 João Guimarães Rosa



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Esqueçam Tudo o que Escrevi

Foi pedindo pra esquecer que o mundo fez-me lembrar de tudo o que se foi, foi pedindo para deixar-se ir que a saudade me acordou mais cedo que o  habitual e me colocou de frente para o espelho como quem confere a realidade da própria existência.
Desconfiando dissto tudo, percebo apenas que acordei por força maior da minha consciência, que recobrou de mim a pouca prática daquilo que teorizo, da contradição do que escrevo, da nulidade do que prego.
Esqueçam tudo o que escrevi, desconsiderem o amor que declarei e a saudade que senti.
Guardem apenas a poesia, a esperança e considerem que amanhã tudo vai surgir de novo, sem medo de ser contraditório.

Deixe Estar

Deixe estar no campo das especulações as mais íntimas e talvez incômodas suspeitas de quem espia o mundo pela fresta da janela, ansiando pelo contemplar do sol um dia. Conserve assim, todos os palpites como quem tenta vencer por teimosia as dificuldades que encontra no caminho.
Deixe ser como é o modo espontâneo de entregar verdades aos novos amigos, como a criança imatura que segura o dedo de um adulto com a confiança de quem parece ter encontrado a mais segura verdade universal.
Faça permanecer intocada a orginalidade do agir em virtude de que a fisiologia filosófica do ser em si não necessariamente deve interferir na maneira morfologica de existir que cada um exibe, portanto deixe ser e deixe estar tal como se fez.
Reduza a perplexidade das descobertas e acalente o sonho da aceitação pessoal das mudanças, posto que a confluência da serenidade com a isenta compreensão da existência, refuta as tensões e traz a paz em foro ítimo, assim, deixe existir.
Minimize o clamor pelo alguém complementar, deixe ser e deixe estar sozinho como o destino bem me quis, esperando que o clarão da decisão abra o caminho e que eu assim o trilhe, sendo e vivendo tal como sempre desejei pacientemente.

sábado, 12 de junho de 2010

Quieto, solitário e cheio de dúvidas.

Não te conheço e não sei quem tu és, nunca ouvi tua voz nem sei o seu nome, não olhei nos teus olhos nem toquei suas mãos, mas tudo em você se faz notável aos meus olhos.
Guardo comigo a brevidade da sensação de que tua face não me é desconhecida, que talvez a tenha visto numa dessas tortuosas ruas dessa cidade que nada tens pra oferecer aos dispersos que se querem unir, logo, não sei quem és tu, ao menos ainda, não sei nem mesmo o que pensa, quanto mais o que deseja e o que anseia pra si.
Teu nome me é ainda desconhecido, até porque talvez só de vista eu lhe conheça e também porque nem palavras trocamos nós anteriormente, teus olhos negros inquietos e misteriosos se movimentam como uma voz que clama sem se ouvir neste rosto quase angelical, por vezes ingênuo e sorrateiramente diabólico, que guarda em caricatura de criança as mais prováveis e ferozes vontades de alguém que chega à madureza com pouco experiência do que é o amor e do que são as aventuras de amar. Tuas mãos se apertam o tempo inteiro confirmando o que seus traços tímidos e desafiadores denunciam em cada olhar, o nervosismo esasperado contido em si se faz externado a cada vez que comprime uma mão contra a outra, suspirando na sequência como quem ainda aguarda o resultado de uma espera aparentemente interminável pelo desconhecido.
O teu silêncio é mais instigante do que qualquer uma das minhas dez mil palavras por segundo e o teu raro e motivado sorriso vale mais do que todos os meus risos por amenidades dados repetidas vezes por minuto sem nenhuma beleza poética, sem nenhuma estética literária, sem nenhuma razão de ser. Pescar um sorriso no teu lábio é mais valioso do que encontrar o tesouro perdido no deserto, porque a luminosidade dos teus risos são tão sinseros e límpidos quanto as gotas de chuva que caem do céu e caminham diretamente de encontro ao mar pra tornar-se imensidão.
Teu ar por vezes assustado me aperta o coração que te queria perto, mas que até se satisfaz por te ter com alguns metros de distância pra poder contemplar cada reação sua aos estímulos que recebe dos que te cercam. A tua solidão no seu sempre marcado e rotineiro assento me sugere que mais dia menos dia poderia eu tentar a sorte de te dizer bom dia e te convidar pra almoçar comigo, pra trocar a timidez por palavras ao vento, pra colocar mais sorrisos no rosto, sendo estes melhores se fossem destinados a mim.
Observo cada passo seu porque admiro, porque valorizo teus pequenos gestos e porque eu talvez goste de você em silêncio, talvez pelo jeito compenetrado que exibe, talvez pelos mistérios dos teus olhos negros, que ainda não consegui fisgar junto aos meus verdes olhos, escondam, talvez porque o teu chegar e o teu partir sejam ainda pra mim desconhecidos e talvez porque ainda que pequena esta cidade, só te pude ver hoje no almoço, desfrutando da solidão quando poderia estar eu exatamente alí, te fazendo sorrir sem ter receios como te vejo fazer naqueles momentos em que você esboça solidão somente com seus olhos, com seus gestos, com o apertar das mãos e com o suspiro que mesmo sutil ainda me provoca os ouvidos e me faz fitar-lhe com a apreensão de quem ama e zela por ti em silêncio.

Luminescência.

Lume, significa clarão, brilho e Essência significa aquilo que constitui a natureza de um ser, de uma coisa.
Unidas essas duas palavras formam a palavra Luminescência, que caracteriza a luz e o brilho que compõe a essência, ou seja aquilo que faz parte da constituição do ser e o que há de mais profundo em cada um de nós.
O fenômeno da Luminescência pode ser encarado como um processo químico, que quando engloba energia, excita uma reação que tem como origem a produção de uma luz radiante e eletromagnética que irradia e clareia. A aplicação desse caráter da Luminescência é o Vagalume que exibe no voo a luz verde, fruto da reação citada. No entanto o caráter luninscente que interessa ao ser filosófico e pensante do homem vai além da demostração química e da aplicação biológica dessa tão bela e pouco usual palavra, a Luminescência do homem, do ser, deve ser exatamente a luz interior que recebe os estímulos exteriores e os utiliza para excitar reações dentro de si próprios, que por sua vez resultarão em reações externas para com o todo em que este se encontra incluído.
A Luminescência de cada um, reflete a capacidade pessoal de receber as mensagens que vem de fora, sintetiza-las de maneira ideal e devolver à externalidade com a clareza de quem admira a transparência da luz e com a radiação de quem vibra aos mais simples e importantes eventos que ocorrem na fabulosa mente humana, de quem sofre e resplandece amor como quem aprendeu a pagar o mal com o bem e não o mal com o mal.
A Luminescência é o que há de mais puro no homem e é o que há de mais real e justo no amor, a luz da alma a luz da essência, o caráter transparente das mais sinceras relações entre nós.

Composto e Complexo.

Não são raras as vezes em que meu humor e a minha sensação de paz se alteram como a montanha russa mais radical que eu já tenha visto, o que era alegria se transforma em tristeza e a claridade do sorriso que vinha aberto no rosto se fecha e se tranca em trevas de um profundo vazio silencioso e a paz se dissipa como a cortina de fumaça que se acumula quando a manhã surge no meio do orvalho e do sereno.
A sensação de solidão se dá exatamente quando da percepção de que no meio de tantos, falta-me exatamente a pessoa certa, a pessoa amada, que parece um promessa no horizonte apta a se realizar mas com todas as honras que lhe atrasam o desembarque.
A sensação é sempre de que parei numa esquina qualquer, separei-me de mim e disse "não me siga", partindo em seguida sem olhar pra trás, como quem deixa a essência sem direito de ação e resposta, como quem se perde o tempo inteiro dentro de si e nunca se encontra por entre a gente.
Sou uma amostra de mim mesmo, sou uma experiência ambulante, sou o observador e o objeto observado ao mesmo tempo, sou talvez a mais ansiosa descoberta e busca dos meus tempos e tudo o que vejo são flashes daquilo que procuro mas não acho. Sou talvez aquele que há semanas busca comprar sonhos na intenção de também conseguir vender os meus, mas que na ausência do primeiro perde a capacidade de fazer o segundo e trilha o caminho rotineiro com o vento frio no rosto, admitindo que mais um dia se passa sem que nada mude nessa longa estrada da busca interminável.
Ainda posso ser aquele que tem medo das surpresas e o que não sabe improvisar no imprevisto, aquele que faz as estmativas certas mas ainda vive a espera, mesmo contada no relógio, talvez seja eu ainda um mero desbravador dos diferentes caminhos que levam sempre a um lugar só, com um certo medo do desconhecido, com certo frio da manhã gelada e com a pouca luz pra iluminar a estrada deste longo dia que apenas começou...

A nossa casa.

A minha casa deve ser mais que uma casa, deve ser mais que um lar, deve ser mais do que quatro paredes e um teto com algumas portas e janelas, deve ser mais do que a morada de alguém, deve ser meu porto seguro, minha fortaleza.
Quero um lugar de destaque pros meus livros, algumas obras de arte, uma decoração que diga quem eu sou, quero um santuário de mim, quero fazer da minha casa uma fotocópia do que eu sou e sinto com um pouco dessas tralhas todas que guardo de lembrança dos tempos que se foram e dos conceitos velhos que caíram para dar lugar aos novos.  Quero ainda talvez você, pra me dizer boa noite quando eu chegar, bom dia quando eu acordar e "Te Amo" quando a vontade de chorar for maior do que meu real controle sobre as minhas emoções.
Talvez eu queira uma televisão pra não deixar a estante da sala vazia, embora eu queira porta-retratos de nós, dos nossos melhores momentos e daqueles que nos são importantes pra dar vida nessa cena congelada do que eu sou, do que seremos juntos e das coisas construídas mas dinâmicas, que se foram, que sempre passam.
 Quero fazer com que a nossa sala de jantar seja mais do que o local onde faremos as nossas refeições, lá comeremos a presença, como bem disse Clarisse Lispector, mataremos a saudade, mesmo que seja a saudade acumulada de um intenso dia de trabalho.
Na minha carteira vai uma foto sua ao lado da minha e atrás delas aquele bilhetinho que deixei pra você quando resolvemos que ficaríamos juntos, na sua carteira vai uma foto minha ao lado de uma foto sua com aquele "correio elegante" que você me mandou na festa que fizemos na casa dos meus pais.
Os detalhes são muitos, mas cada um deles serão específicamente planejados tal como somos e vivemos, tal como seremos e desejaremos viver, livres, definitivamente livres de qualquer premissa que determine hoje da cor das almofadas à coloração desse nosso amor.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Defina o amor quando senti-lo.

Todos os motivos do mundo reservaram-me a você, todos os caminhos me guiaram até a tua estrada, cada passo meu foi dado em silêncio esse tempo todo, cada pensamento foi maquinado, guardado e por vezes esquecido exatamente porque a ausência do saber de ti me esvaziava e dissecava cada um sentidos e alimentava um ceticismo sombrio em mim sobre o que é o amor.
Isento de toda e qualquer perspectiva o amor surge quando nada espera-se pra si, é a mais bela flor que brota em solo árido, seco, rústico, inóspito do peito dos mais desenganados homems, é talvez a mais persistente e a mais sofrida flor que já houvera neste chão.
Este chão por sua vez pode ser o mais petrificado, o mais ressecado, rachado, machucado e sem perspectivas, pode ter sido maltratado, prestando-se a desfavores tais que minaram seus mais íntimos poderes de se recuperar, mas eis que surge a vida, a flor do amor, fazendo nele brotar a água que irriga suas veias, que transpassa todas as dificuldades da petrificação sofrida, que move sais e que carrega os minerais da paixão e do afeto para as raízes dessa flor que se vê nutrida e fortificada a cada novo dia, a luz do sol aquece aos dois e faz com que ela cresça e dê sinais de florescer, enquanto este chão se recupera, se reaviva e sente em seu seio toda a dor do amor no ato de despetrificar a sua dinâmica, a que chamaremos de coração.
Passam-se os dias, vem vento frio, vem chuva forte, vem sol ardente, até que tudo parece morte, a flor dá sinais de cansaço ao passo que este chão agora pulsante, luta com todas as suas forças pra não deixa-la morrer, emprega suas reservas, dá de si o máximo, vigia por ela, aceita até as salobras àguas do medo de perder a linda flor, a flor do amor, para alimenta-la. É aí então que ele descobre o quanto é forte, o quanto revigorou-se e o tamanho da sua capacidade de superar a dor, a dor da flor do amor, que brotou sem avisar, que doeu sem lastimar, que exigiu sem nada dar, que conquistou ao silenciar, mas que correspondeu exatamente quando este chão deu tudo o que tinha, por ela e por si pro amor não acabar.
Mesmo qua ainda só restasse a linda flor e que o resto fosse miragem, este chão continuaria a pulsar por ela exatamente por saber que sem ela não havia vida além da espera, que não havia espera sem amor e que o amor só se pode definir sentindo-o ainda que nas mais irreais e improváveis possibilidades, porque a dinâmica deste chão, seu coração, é emocional, 100% emocional e não se subjulga à razão que nega o sentimento e por isso tem mais livre arbítrio que seu próprio dono, exigindo ainda que na dor a continuidade dessa luta pelo amor, o amor da linda flor, da flor do amor nos solos seus...

domingo, 6 de junho de 2010

Lá, aqui e agora.

Não existem culpados, aliás, não existe culpa.
Quando nos damos ao luxo de acreditar nas mínimas possibilidades, estamos sendo legítimos e nada nos colocará como culpados por isso, como eu disse, não existe culpa.
Até que se esgotem ou se comprovem e até se contradigam, todas as possibilidades são válidas, toda ponta de esperança é um amparo, toda sombra de dúvida pode ser considerada.
Acontece sim, de encontrarmos a pessoa certa, na hora certa, mas no lugar errado, assim como essa mesma conjunção poderia se dar de forma diferente, arranjada em outros pares, mas neste caso ela se deu assim.
Encontrei a pessoa ideal, ainda que sem idealizações, que conhece a luta, que entendeu o sentido do dia após dia, que não foi moldada numa forma de valores conservadores, mesquinhos e ultrapassados como tantas, que não é regada de mordomias e possibilidades de dizer o que quer e o que não quer.
Uma pena estar longe, uma pena não ter como ser incisivo, uma pena, mas não me culpo, nem a culpo.
Não vou mandar o que sinto ás favas, não sei porque mas teimo em pensar que você também sente algo, não é porque quero que sinta, mas porque creio que isso aconteceu conosco naturalmente.

Lá vai o que eu realmente tenho treinado pra te dizer:

Eu encontrei em você a pessoa certa, na hora certa, não exatamente no lugar errado, mas não importa.
Eu te amo e acho você diferente de tudo o que já vi...