Ele era o anfitrião da festa, fez sala aos seus e recebeu os recém chegados tão bem como em qualquer outra ocasião, naquele ano havia incluído ao seu círculo social mais três ou quatro amigos novos que por circunstância de trabalho ou estudo, cruzaram seu caminho e se resolveram por ficar.
Dentre os novatos, tão bem recebidos e unidos logo aos veteranos amigos do anfitrião, estava eu, cheguei manso, com meu jeito boa praça, fiz amizade com os amigos dele, em breve formaríamos o grupo dos cinco, aqueles cinco que se destacavam por andar ao lado e vivenciar as mesmas coisas que nosso querido anfitrião,este chama-se Giovani.
Giovani cuidou dos detalhes e deixou que o tempo consolidasse a inclusão dos novatos definitivamente ao rall dos seus, ao caminhar dos dias tudo havia se adequado, as moças já sorriam e se divertiam ás piadas e brincadeiras dos novos amigos dele quando Carolina, a vizinha do bloco adjacente ao de Giovani, me pareceu um tanto quanto mais accessível do que as demais amigas de meu amigo.
Assim que conversamos, Carolina mostrou-se comunicativa, não queria que o tempo passasse, que a festa acabasse e que o papo fosse findo, solicitamente uma vez que não hesitei em pedir, ela me passou seu endereço eletrônico, o qual passou a ser então o meu destinatário preferencial, das mais engraçadas e sujestivas mensagens.
Passavam-se os meses, o grupo dos cinco continuava ativo e a amizade com Giovani era intensa, tanto que um romance com Carolina começava, exatamente debaixo das barbas de Giovani, sem sequer que ele percebesse. Certa vez em conversa reservada com Lúcio, amigo de Giovani a mais longa data do que eu, este confissionou-me que Giovani tinha certo apreço por Carolina, e que Carolina em certo momento também demosntrara retorno ao sentimento aspirado por Giovani, decerto o que faltava aos dois era oportunidade, uma vez que o fato existia e estava apenas reservado para que em um dado momento virasse verdade.
Não me consternou a notícia, suspeitar ei que já suspeitava, tanto que de meus amigos, Giovani era o primeiro a quem eu evitava comentar sobre qualquer coisa que pudesse leva-lo a falar sobre Carolina comigo, apliquei ao ouvir de Lúcio tal confissão, a mais profunda frieza que me foi dada no advento de meu nascer, encarei com tal dureza que nem pedra seria capaz de não sentir absolutamente nada, nem dó, nem piedade, frente ao platonismo amoroso de seu mais nobre amigo por aquela com quem me envolvera recentemente.
Sem cessar as investidas, uma vez que o romantismo estava em curso, segui em frente e trouxe á tona um relacionamento fatídico com Carolina, o qual vi e saboriei ver Giovani celebrar como se dele fosse tal feito, passaram quase dois anos e o romance já era findo, no entanto Carolina ainda tinha recaídas e eu nunca fui de negar absolutamente nada, apesar de nada mais sentir por ela, não neguei á mesma a possiblidade de desfrutar de minha companhia quando da solidão em seu seio.
Passado quase um ano, Carolina me solicitou um encontro, não neguei, por lá trocamos alguns beijos, o que pra mim já não fazia diferença, passou a hora, acabou-se a noite, fui-me pra casa e de Carolina decidi não saber mais, assim feito, em menos de 4 meses me veio a notícia de um novo namorico torto e capenga de Carolina com Giovani.
O anfitrião que não era mais meu amigo, que a mim não dava mais festas, que como eu desmanchou-se dos cinco agrupados e que agora celebrava um romance torto numa circunstância torta, que só pode ser contado e contextualizado se eu estiver posto na história, realizou sua postergada vontade incontida, ficou com Carolina.
A exemplo de tudo o que eu já havia visto, ainda mais em termos da volatilidade amorosa das pessoas e da tortuosidade desse relacionamento enviesado, lançei-me uma única questão para qual ainda aguardo resposta:
Quanto tempo dura? Observemos...
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