Tratadas questões essenciais e como já dito, "sempre prestes" como a Liberdade, o Amor, a Felicidade e as coisas duais como o Desejo, as Vontades, a Vida e as Virtudes é necessário saber para onde a conjunção de todos esses elementos há de nos levar por consequência ou pelo próprio caminho da construção de suas imagens. À isso vamos dar, neste momento, o nome de "Sentido das Coisas".
Pensar no "sentido das coisas" nos exige fazer duas perguntas que vão abrir as portas e mostrar os caminhos pelos quis nós podemos desvendar os segredos contidos nessa expressão:
O que é o sentido das coisas?
Quando podemos percebe-lo, senti-lo e identifica-lo?
É prudente que pensemos o que é o sentido das coisas. Há muito tempo tratei, dadas as minhas reflexões que procuravam e ainda procuram desesperadas respostas às coisas urgentes da vida, da criação e da existência das coisas e por conseguinte das idéias e suas delimitações nos dando referencial de final e de começo de tudo o que há, do que existe.
Porém, para tratar do sentido das coisas é preciso abandonar a noção de começo e fim e assim, desafia-las.
Se o sentido das coisas tivesse uma noção geométrica e linear, em que a gente pensasse em uma linha onde a orientação do caminho a seguir indicasse esse sentido, então tudo estaria resolvido pois as determinações elminam as implicações do refletir, portanto o caminho da reflexão é o questionamento, para que as coisas não percam a razão de ser, o seu motivo, a sua essencialidade.
Subjetivamente, pensar em sentido das coisas nos pede um passeio pelo império daquilo que temos de mais aguçado, o nosso campo sensorial, das lembranças, da noção de passado, presente e futuro e isso se relaciona com o "quanto" já vivemos e em "quantas" situações distintas já nos encontramos.
Transpor esse pensamento do sentido das coisas para essa lógica subjetiva nos mostra exatamente o seguinte:
Quando estivemos no passado, que um dia foi presente, pensamos que o sentido da vida e das coisas era "um", quando aquele presente virou passado e futuro virou presente, vimos outro sentido e agora que aquele presente é passado e estamos agora mesmo consumindo o futuro, vemos outro.
O que se pode concluir do sentido das coisas? Mutável, instável e imprevisível, porém, indispensável.
Cada ano de vida e cada experiência nos reposiciona no papel de observador e muda a perspectiva de observação que fazemos das coisas e da vida, por isso é que quase sempre esbarramos na necessidade de "abandonar o velho" para iniciar algo novo, porque o velho a que nos referimos é um sentido para o qual não há mais caminho, para o qual nem a noção linear, nem a noção subjetiva nos serve mais, para o qual a única saída é criar um novo sentido, delimitar uma nova rota, trilhar um novo caminho.
É exatamente aí que podemos responder a segunda questão: Ora, se tudo isso, se esse reposicionamento do nosso papel de observador depende do "quanto" e em "quantas" a gente viveu, é possível simplificar e dizer que a cada nova idade nós vemos um sentido e vamos reposicionando a direção das nossas vidas. De fato.
É por esse motivo que pegamos fotografias antigas e percebemos que quando daquele registro, ´pensávamos em algo que hoje está afastado, que passou e ficou muito longe, com pretensões, sonhos e projetos. Inclusive se o sentido que haviana época, foi hoje atingido, a obrigatoriedade do "seguir" nos pede mais sentido para continuar.
Assim, vale um convite para que, munido de um repertório musical que trate sobre "o sentido das coisas", todos nós continuemos a refletir sobre qual era o sentido no passado, qual o do presente e qual será o do futuro, aliás, as coisas andam tendo sentido na sua vida?
Agora esquece essa intenção que a vida acende o candelabro da razão...
Eu quero andar por onde
Ainda se ver somente o sentido
Puro sentido...
Trechos: Cacos - Vander Lee / Levo a Minha Vida Assim - Monique Kessous