domingo, 10 de julho de 2011

Uma Reflexão Acerca do Sentido das Coisas.

Tratadas questões essenciais e como já dito, "sempre prestes" como a Liberdade, o Amor, a Felicidade e as coisas duais como o Desejo, as Vontades, a Vida e as Virtudes é necessário saber para onde a conjunção de todos esses elementos há de nos levar por consequência ou pelo próprio caminho da construção de suas imagens. À isso vamos dar, neste momento, o nome de "Sentido das Coisas".
 Pensar no "sentido das coisas" nos exige fazer duas perguntas que vão abrir as portas e mostrar os caminhos pelos quis nós podemos desvendar os segredos contidos nessa expressão:
O que é o sentido das coisas?
Quando podemos percebe-lo, senti-lo e identifica-lo?
É prudente que pensemos o que é o sentido das coisas. Há muito tempo tratei, dadas as minhas reflexões que procuravam e ainda procuram desesperadas respostas às coisas urgentes da vida, da criação e da existência das coisas e por conseguinte das idéias e suas delimitações nos dando referencial de final e de começo de tudo o que há, do que existe.
Porém, para tratar do sentido das coisas é preciso abandonar a noção de começo e fim e assim, desafia-las.
Se o sentido das coisas tivesse uma noção geométrica e linear, em que a gente pensasse em uma linha onde a orientação do caminho a seguir indicasse esse sentido, então tudo estaria resolvido pois as determinações elminam as implicações do refletir, portanto o caminho da reflexão é o questionamento, para que as coisas não percam a razão de ser, o seu motivo, a sua essencialidade.
Subjetivamente, pensar em sentido das coisas nos pede um passeio pelo império daquilo que temos de mais aguçado, o nosso campo sensorial, das lembranças, da noção de passado, presente e futuro e isso se relaciona com o "quanto" já vivemos e em "quantas" situações distintas já nos encontramos.
Transpor esse pensamento do sentido das coisas para essa lógica subjetiva nos mostra exatamente o seguinte:
Quando estivemos no passado, que um dia foi presente, pensamos que o sentido da vida e das coisas era "um", quando aquele presente virou passado e futuro virou presente, vimos outro sentido e agora que aquele presente é passado e estamos agora mesmo consumindo o futuro, vemos outro.
O que se pode concluir do sentido das coisas? Mutável, instável e imprevisível, porém, indispensável.
Cada ano de vida e cada experiência nos reposiciona no papel de observador e muda a perspectiva de observação que fazemos das coisas e da vida, por isso é que quase sempre esbarramos na necessidade de "abandonar o velho" para iniciar algo novo, porque o velho a que nos referimos é um sentido para o qual não há mais caminho, para o qual nem a noção linear, nem a noção subjetiva nos serve mais, para o qual a única saída é criar um novo sentido, delimitar uma nova rota, trilhar um novo caminho.
É exatamente aí que podemos responder a segunda questão: Ora, se tudo isso, se esse reposicionamento do nosso papel de observador depende do "quanto" e em "quantas" a gente viveu, é possível simplificar e dizer que a cada nova idade nós vemos um sentido e vamos reposicionando a direção das nossas vidas. De fato.
É por esse motivo que pegamos fotografias antigas e percebemos que quando daquele registro, ´pensávamos em algo que hoje está afastado, que passou e ficou muito longe, com pretensões, sonhos e projetos. Inclusive se o sentido que haviana época,  foi hoje atingido, a obrigatoriedade do "seguir" nos pede mais sentido para continuar.
Assim, vale um convite para que, munido de um repertório musical que trate sobre "o sentido das coisas", todos nós continuemos a refletir sobre qual era o sentido no passado, qual o do presente e qual será o do futuro, aliás, as coisas andam tendo sentido na sua vida?

Agora esquece essa intenção que a vida acende o candelabro da razão...

Eu quero andar por onde
Ainda se ver somente o sentido
Puro sentido...


Trechos: Cacos - Vander Lee / Levo a Minha Vida Assim - Monique Kessous

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Uma reflexão acerca da Liberdade.

Talvez porque eu não tenha refletido que algo que não se sustenta em períodos de "repouso", não pode se não ter sido mal fundado em algum momento de sua dada construção, por força da circunstância ou por certa impossibilidade de mais forte se fazer ou ser tão pura e simplesmente. Há que se pensar nisso.
Talvez ainda a idéia de construção dê às coisas ou aos objetos consagrados pelo desejo e pela vontade, virtudes alimentadas pelo sonho humano, uma certa estaticidade às conquistas já findas e que nos restam preservar, que assim nos abale o perigo de que a brisa primeira as destruam, as levem,e nos provem que na arte de construtor, devamos em algum ponto ter falhado.
Algumas imagens um pouco estranhas são marcas do que o desejo e o sonho tem de tão dual, como por exemplo, a imagem de liberdade.
A liberdade! O que sérá a liberdade? Certa vez vi em um filme, um curta chamado Ilha das Flores, e talvez seja o que já ouvi de mais marcante sobre esse estado de ser livre que a gente tem e luta e busca e sempre sente que ainda falta e aí está:
 
"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda."
 
Numa reflexão mais profunda a construção da liberdade é um processo doloroso e em alguns casos ilusório, sobretudo porque é relativo o lastro desse conceito para cada um. As imagens que tenho de liberdade, são em geral imagens de algo batalhado, sofrido, são imagens duais de conquista de um estado de liberdade ao mesmo tempo em que essas imagens me soam estranhas e doloridas, doloridas permanentemente, como uma condenação de liberdade, como uma prisão no estado de ser livre. Daí a dualidade da imagem.
Por outro lado, assim como falou Paulo Freire em sua obra, concordo que a liberdade é uma busca, um desejo daqueles que se entendem como ser inconcluso, na condição de humano interminado buscando se humanizar, daí que a liberdade me parece ser assim, tão tangencial, tão passageira, às vezes até volátil e capaz de evaporar.
Pra falar a liberdade assim, instável, atemporal e eterna ao mesmo tempo, Caio Fernando Abreu me empresta um trecho do conto chamado "Pela Noite", onde ele diz:
 "Porque é assim que é. Naturalmente. As coisas sempre prestes a serem apanhadas. E você eternamente prestes a apanhá-las. Como uma sina. Sempre prestes."
Nesse processo de construção, em alguns momentos acreditei, e ainda acredito, que negar algumas "algemas" de tudo o que "está aí" foram importantes na composição dessas idéias, ainda que eu não discuta o mérito de cada uma, mas neguei algumas crenças e até instituções.
Neguei e nego a existência de Deus, a credibilidade da instituição família e a crença nesses valores que ferem a coisa que mais me incomoda sentir falta: A liberdade.
Óbviamente que compreendido enquanto ser inconcluso, talvez eu viva "Sempre prestes" e não a alcançe, mas aí relativizo o conceito e chamo pra mim essa coisa que é quase como ter o "direito" à liberdade de sonhar, de compor idéias e de lutar por aquilo que no plano real/material/palpável representa a sedentação da sede da liberdade intrínseca do homem inconcluso que mesmo buscando algo que não há de achar como água em fonte, quer dela se saciar ainda que por representações distorcidas de uma realidade que é legítima por ser antes a dele, decisória, escolhida e permitida em virtudes e falhas, erros e acertos. Porque como disse Caio também e assim o penso:
"Não tenho nada contra qualquer coisa que soe a: uma tentativa."
Pois de fato, o que a gente não pode deixar de ter é o sonho, o desejo e a coragem de ser livre.


 


 
 

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Uma reflexão acerca dos nossos sonhos, da vida e das experiências.

Alguns dos meus sonhos não eram os sonhos de alguns que, como eu, tinham a mesma idade e viviam um mesmo momento. Nem maiores, nem menores, nem mais caros ou baratos, nem melhores nem piores, eram apenas sonhos.
Todos alí tinham uma certeza: a vida passava a chave na última tranca dessa porta que ficou por anos aberta e seria preciso abrir outra, ou então, trilhar aquele caminho que vivia aberto mas que lhes fazia abrir mão de algumas outras coisas. Eu como sempre, escolhi o mais difícil: vamos abrir a próxima porta.
Depois que você abre essa porta, você descobre que essa não era a tarefa mais difícil, portas são apenas portas, caminhos é que não são sempre caminhos.
Como trilha-los?
Acredito até que por hoje esses que me viram num momento anterior à esse, admiram o fato de eu ter aberto outra porta e mais do que isso, estar trilhando um novo caminho, mas acho, sem dúvida que o valor das experiências e esse sentimento mágico que só os brasileiros conhecem em profundidade, que é a saudade, dignificam o momento presente e permitem que num momento futuro, este momento que agora se vive e que logo será passado, ganhe um valor imensurável do que se viveu, das coisas e das pessoas, enfim, de tudo.
Sem medo, se ainda não abriu uma porta nova na sua vida, eu te convido a fazer isso amanhã.