sexta-feira, 23 de julho de 2010

Inerte Vilania.

E se não sois apropriada realidade, por que ofereceis a mim - inóquo e proibido ser vivente destes fatos - tão tentadora e inexplicável oferta?
Se me queres afastado de tão pecaminosa realidade - para que resista firme ao que clama a traidora mente - por que me colocas tão a diante de tais veredas a mim vedadas?
E se fazes de mim padecedor da minha própria amarra - que em si mais liberta ou exige libertar do que prende - para que instiga tão aguçado sentido de saber encontrar no caminho da fuga o exato objeto do qual se foge?
Se me impõe esquecer o que jamais deveria ser lembrado - posto que por mim deveria ser sempre desconhecido - por que põe diante dos meus olhos e adjacente a minha rotina, tão impetuosa força que a mim sobressalta?
E se conheces a fraqueza dos meus olhos denuncistas - que revelam o que no profundo deveriam esconder - por que traz os olhos a mim proibidos de encontro aos meus fustigados e já tão vigiados olhos?
Então por fim, que ressalva me falta e a palavra já escassa não explica mais o exímio sentimento, por que faz da respiração e dos passos um sinal que imanta e aproxima como magnetismo? Por que fazes com que as duas faces se encontrem quando uma destas impedida busca fugir do que procura e encontra na fuga o fatídico objeto do qual se esconde?

Esclareças logo! Definitivamente!

O que queres de mim, Oh obscuro e sombrio, desafortunado destino?

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