sábado, 12 de junho de 2010

A nossa casa.

A minha casa deve ser mais que uma casa, deve ser mais que um lar, deve ser mais do que quatro paredes e um teto com algumas portas e janelas, deve ser mais do que a morada de alguém, deve ser meu porto seguro, minha fortaleza.
Quero um lugar de destaque pros meus livros, algumas obras de arte, uma decoração que diga quem eu sou, quero um santuário de mim, quero fazer da minha casa uma fotocópia do que eu sou e sinto com um pouco dessas tralhas todas que guardo de lembrança dos tempos que se foram e dos conceitos velhos que caíram para dar lugar aos novos.  Quero ainda talvez você, pra me dizer boa noite quando eu chegar, bom dia quando eu acordar e "Te Amo" quando a vontade de chorar for maior do que meu real controle sobre as minhas emoções.
Talvez eu queira uma televisão pra não deixar a estante da sala vazia, embora eu queira porta-retratos de nós, dos nossos melhores momentos e daqueles que nos são importantes pra dar vida nessa cena congelada do que eu sou, do que seremos juntos e das coisas construídas mas dinâmicas, que se foram, que sempre passam.
 Quero fazer com que a nossa sala de jantar seja mais do que o local onde faremos as nossas refeições, lá comeremos a presença, como bem disse Clarisse Lispector, mataremos a saudade, mesmo que seja a saudade acumulada de um intenso dia de trabalho.
Na minha carteira vai uma foto sua ao lado da minha e atrás delas aquele bilhetinho que deixei pra você quando resolvemos que ficaríamos juntos, na sua carteira vai uma foto minha ao lado de uma foto sua com aquele "correio elegante" que você me mandou na festa que fizemos na casa dos meus pais.
Os detalhes são muitos, mas cada um deles serão específicamente planejados tal como somos e vivemos, tal como seremos e desejaremos viver, livres, definitivamente livres de qualquer premissa que determine hoje da cor das almofadas à coloração desse nosso amor.

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