sábado, 12 de junho de 2010

Composto e Complexo.

Não são raras as vezes em que meu humor e a minha sensação de paz se alteram como a montanha russa mais radical que eu já tenha visto, o que era alegria se transforma em tristeza e a claridade do sorriso que vinha aberto no rosto se fecha e se tranca em trevas de um profundo vazio silencioso e a paz se dissipa como a cortina de fumaça que se acumula quando a manhã surge no meio do orvalho e do sereno.
A sensação de solidão se dá exatamente quando da percepção de que no meio de tantos, falta-me exatamente a pessoa certa, a pessoa amada, que parece um promessa no horizonte apta a se realizar mas com todas as honras que lhe atrasam o desembarque.
A sensação é sempre de que parei numa esquina qualquer, separei-me de mim e disse "não me siga", partindo em seguida sem olhar pra trás, como quem deixa a essência sem direito de ação e resposta, como quem se perde o tempo inteiro dentro de si e nunca se encontra por entre a gente.
Sou uma amostra de mim mesmo, sou uma experiência ambulante, sou o observador e o objeto observado ao mesmo tempo, sou talvez a mais ansiosa descoberta e busca dos meus tempos e tudo o que vejo são flashes daquilo que procuro mas não acho. Sou talvez aquele que há semanas busca comprar sonhos na intenção de também conseguir vender os meus, mas que na ausência do primeiro perde a capacidade de fazer o segundo e trilha o caminho rotineiro com o vento frio no rosto, admitindo que mais um dia se passa sem que nada mude nessa longa estrada da busca interminável.
Ainda posso ser aquele que tem medo das surpresas e o que não sabe improvisar no imprevisto, aquele que faz as estmativas certas mas ainda vive a espera, mesmo contada no relógio, talvez seja eu ainda um mero desbravador dos diferentes caminhos que levam sempre a um lugar só, com um certo medo do desconhecido, com certo frio da manhã gelada e com a pouca luz pra iluminar a estrada deste longo dia que apenas começou...

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