terça-feira, 8 de junho de 2010

Defina o amor quando senti-lo.

Todos os motivos do mundo reservaram-me a você, todos os caminhos me guiaram até a tua estrada, cada passo meu foi dado em silêncio esse tempo todo, cada pensamento foi maquinado, guardado e por vezes esquecido exatamente porque a ausência do saber de ti me esvaziava e dissecava cada um sentidos e alimentava um ceticismo sombrio em mim sobre o que é o amor.
Isento de toda e qualquer perspectiva o amor surge quando nada espera-se pra si, é a mais bela flor que brota em solo árido, seco, rústico, inóspito do peito dos mais desenganados homems, é talvez a mais persistente e a mais sofrida flor que já houvera neste chão.
Este chão por sua vez pode ser o mais petrificado, o mais ressecado, rachado, machucado e sem perspectivas, pode ter sido maltratado, prestando-se a desfavores tais que minaram seus mais íntimos poderes de se recuperar, mas eis que surge a vida, a flor do amor, fazendo nele brotar a água que irriga suas veias, que transpassa todas as dificuldades da petrificação sofrida, que move sais e que carrega os minerais da paixão e do afeto para as raízes dessa flor que se vê nutrida e fortificada a cada novo dia, a luz do sol aquece aos dois e faz com que ela cresça e dê sinais de florescer, enquanto este chão se recupera, se reaviva e sente em seu seio toda a dor do amor no ato de despetrificar a sua dinâmica, a que chamaremos de coração.
Passam-se os dias, vem vento frio, vem chuva forte, vem sol ardente, até que tudo parece morte, a flor dá sinais de cansaço ao passo que este chão agora pulsante, luta com todas as suas forças pra não deixa-la morrer, emprega suas reservas, dá de si o máximo, vigia por ela, aceita até as salobras àguas do medo de perder a linda flor, a flor do amor, para alimenta-la. É aí então que ele descobre o quanto é forte, o quanto revigorou-se e o tamanho da sua capacidade de superar a dor, a dor da flor do amor, que brotou sem avisar, que doeu sem lastimar, que exigiu sem nada dar, que conquistou ao silenciar, mas que correspondeu exatamente quando este chão deu tudo o que tinha, por ela e por si pro amor não acabar.
Mesmo qua ainda só restasse a linda flor e que o resto fosse miragem, este chão continuaria a pulsar por ela exatamente por saber que sem ela não havia vida além da espera, que não havia espera sem amor e que o amor só se pode definir sentindo-o ainda que nas mais irreais e improváveis possibilidades, porque a dinâmica deste chão, seu coração, é emocional, 100% emocional e não se subjulga à razão que nega o sentimento e por isso tem mais livre arbítrio que seu próprio dono, exigindo ainda que na dor a continuidade dessa luta pelo amor, o amor da linda flor, da flor do amor nos solos seus...

2 comentários:

  1. o amor, ah! o amor \o
    alguns entendem, outros nem tanto..
    e você entende muito bem :*

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  2. LINDO!
    Você definiu o que senti nos meses, antes da minha desistência.

    Adorei. Parabéns.

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